quinta-feira, 3 de maio de 2012

No afeto a vida se liberta.


Existem dois tipos de felicidade: do coração e da cabeça. O primeiro tipo não depende do  intelecto nem de filosofias que elegemos como necessárias para desfrutar a vida. O segundo tipo depende de uma certa sofisticação do ser, que o leva a ter interesses variados. Mas uma  felicidade básica depende sobretudo de se ter interesse pelas pessoas e pelas coisas. Interagindo com o mundo de alguma maneira. O interesse pelas pessoas é uma modalidade de afeto: entrar em contato com outras pessoas  sem expectativas. Gostar de muitas pessoas com naturalidade e sem esforço é, possivelmente, a maior de todas as fontes de felicidade pessoal.

12 comentários:

  1. Concordo com o texto. Acho que a gostar das pessoas é a felicidade do coração. Sinceramente acredito que é necessário além disso um equilíbrio com a felicidade da cabeça para se chegar a uma satisfação interna real.

    Creio ser mais difícil e até mais importante a felicidade do coração, mas o equilíbrio com o racional é necessário. Como o equilíbrio é necessário em tudo na vida. Até no ar. Ar demais sufoca.

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  2. Percebo que as pessoas não são tão receptivas como antigamente! Se aproximar do outro com naturalidade, só pelo fato dessa aproximação fazer bem é raro! Estamos armados dos pre-conceitos! Já estamos satisfeitos com os grupinhos que fizemos e ali não cabe mais ninguém. E assim deixamos de lado esta fonte tão rica de felicidade: o conhecer.

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  3. Como é possível ver nessa pintura de Bruce Holwerda, nós sempre estamos conectados com outros, ligados através de laços – seja familiar, amoroso ou de amizade. Acredito que o que nos compõe e nos forma são justamente esses laços e essa conexão com aqueles que estão ao nosso redor.

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  4. A felicidade é uma coisa estranha e contraditória. Ela está em todos os lugares e, ao mesmo tempo, em nenhum lugar. Encontrá-la só depende de nós. Eu vejo aquelas pessoas que reclamam da vida o tempo todo,que nunca estão satisfeitas com nada e que, por não conseguirem ser felizes e sentirem inveja, tentam acabar com a felicidade dos outros. Parece que culpam todo o resto do mundo por todas as coisas ruins que aconteceram com elas. Ocupadas demais com pensamentos vingativos e rancor, esquecem-se da família, dos amigos, dos amores. Afastar as pessoas que nos querem bem nunca é uma boa coisa, só faz afastar ainda mais qualquer sinal de felicidade, afinal, como dizia o poeta, "Fundamental é mesmo o amor,é impossível ser feliz sozinho..."

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  5. Carollina Medeiros 2ICdomingo, maio 06, 2012

    Brilhante. Muitas pessoas atribuem a felicidade somente a bens materiais, que nos deixam felizes temporariamente, mas esquecem dessa felicidade mais básica. Diria que essa felicidade que o autor descreve, de interagir com o mundo e gostar das pessoas sem expectativas, está interligada com a felicidade do coração. E apesar de não ser fácil de se alcançar, ou sentir, vale a pena ser procurada, são essas ligações com o mundo e as pessoas que constroem nossa personalidade.

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  6. Concordo.Não existe felicidade maior do que poder contar com o outro pra compartilhar tudo que se passa dentro da sua cabeça e dentro do coração.Interagir com o mundo, com as coisas, pessoas... Tudo isso compõe quem você é. Nos dá uma sensação de pertinência.

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  7. Não sou muito fã de textos que tentam definir a felicidade, sendo bastante sincera. Acho que ele restringem e geram preconceitos (do tipo: quem não tem amigos não é feliz. Quem disse?).

    Inclusive acho que a felicidade não é o único sentimento que deve nos fazer bem e nos completar. Ficar triste ou pensativo também é uma delícia às vezes. E nos faz crescer.

    Será que devemos ser felizes o tempo inteiro?

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  8. eu também acho que não é preciso estar rodeado de gente o tempo inteiro, nem passar por cima de nossas afinidades. Também não creio nessa "Síndrome de Poliana", em que é preciso estar feliz e sorrindo sempre.
    Mas tenho percebido um fenômeno muito bonito... mesmo com a preguiça que tenho de tanta gente, pude observar que a afirmação de que "ninguém é perfeito de perto" , de que "pouca gente vale a pena"é balela! Sempre que convivi com pessoas que não eram próximas a mim, pude me surpreender com as infinitas facetas delas: surpreeder-se, CONHECER, se decepcionar compreender, admirar - e, inevitavelmente, amar - qualquer um!

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  9. Não há nada melhor que interagir incessantemente com as pessoas à sua volta, realmente é algo transformador. Porém, cada um deve definir a felicidade a seu modo. Talvez "apenas" ter amigos não seja a solução para uma vida feliz e livre de problemas. Por exemplo: um político é rodeado de amigos que continuamente exercem suas respectivas "troca de favores", mas será que mesmo com esses ditos amigos e MUITO dinheiro ele consegue ser feliz e dormir bem ao deitar a cabeça no travesseiro? Obter a digníssima FELICIDADE?

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  10. "O interesse pelas pessoas é uma modalidade de afeto: entrar em contato com outras pessoas sem expectativas." Ulrapassando da etapa de conhecer uma pessoa, acho que a maior dificuldade que existe em um relacionamento é a convivência. Inevitavelmente criamos expectativas sobre um novo amor, um amigo ou um parente. Esperamos da pessoa algo em troca: carinho, respeito, consideração, cumplicidade, paciência, compreensão, um beijo, um abraço, uma palavra afetuosa ou um gesto de amor. Mas muito nos decepciona quando essa expectativa não é correspondida. A verdade é que criamos expectativas sobre pessoas, viagens, fatos, empregos ou até filmes. E isso tudo vem da nossa idealização do que é "ideal", quando na verdade, nada nem ninguém é perfeito.

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  11. Acho que sou a favor da felicidade do coração, mas sou suspeita porque sou muito emotiva. Preciso estar bem emocionalmente para estaar bem comigo mesma em tudo. É muito fácil de me concentrar quando estou em paz com meu coração. É aí que me considero feliz com meu coração e meu cérebro, que funciona bem nessas situações.

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  12. Júlia Cople - 13h

    Amo estar em multidões. Não me sinto acuada pelo pouco espaço nem constrangida por estar ali na condição de "mais uma". Observar as pessoas é de uma riqueza sem tamanho. É preciso gostar das pessoas para, em última análise, gostar de si mesmo. Crescemos muito com a experiência do outro e mais ainda com a experiência conjunta. Para além do "é impossível ser feliz sozinho" de Tom Jobim, partilhar engrandece as filosofias eleitas e acalenta o coração: as duas felicidades.

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