quinta-feira, 31 de maio de 2012

Se oriente, rapaz.


Depois de ter se envolvido em um acidente e atropelar uma pessoa, o cidadão é cercado por repórteres como urubus em busca de carniça. Eis que um despreparado jornalista da Band, na tentativa de escandalizar os fatos, pergunta: “Atropelou outra pessoa já no passado?”. A partir daí toma uma merecida bronca, ao vivo e em cores, com direito a lições de ética e jornalismo. Bem-feito.
Li no sedentário.

21 comentários:

  1. João Victor Fiuzasexta-feira, junho 01, 2012

    Ahhh ... a questão da audiência. Questão essa que faz com que o jornalismo em boa parte se transformam em sensacionalistas que buscam apenas escandalizar, mexer com as "sensações" dos espectadores, unicamente com objetivo de ter mais pontos na audiência e consequentemente, mais dinheiro de publicidade.

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  2. Tem gente que coloca o trabalho em primeiro plano para poder se dar bem e fazer com que a notícia no canal dele passe mais rápido, com mais informações ou ainda com algum diferencial. O problema é que a gente esquece que nós estamos lidando com pessoas.
    Algumas coisas precisam mudar.

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  3. Acredito que tudo é o modo e o momento que se pergunta e como se pergunta, e o jornalismo não leva muito isso em conta. O trabalho, a audiência, estão sempre em primeiro plano. Sem pensar no quanto uma pergunta mal formulada pode afetar uma pessoa. Isso é um ponto a se pensar, futuros jornalistas!

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  4. Isso é tão triste. Ver como a mídia está cega para os limites da ética, do respeito ao ser humano. Não precisa procurar muito na tv aberta para achar programas sensacionalistas.
    O pior é que mesmo depois do "tapa na cara", o jornalista - se é que ele pode ser chamado assim - continua insistindo, achando que está fazendo o certo.

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  5. Evidente que entra a questão da audiência, a luta por pontos, independente do preço para isso, mas nesse caso, houve além disso a falta de educação e sensibilidade por parte do repórter. Esse tipo de pergunta é inadimissível mesmo visando ser sensacionalista.

    Para qualquer coisa que se proponha a fazer há um limite. Programas sensacionalistas existem vários, programas apelativos também, assim como os que tratam temas irrelevantes pela audiência, mas isso não quer dizer que todos atuem assim. Isso passa por uma linha da emissora, mas também pela da falta de preparo e capacitação do profissional, além de principalmente, da falta de humanização do repórter. Na disputa diária por notícias acaba se esquecendo que trabalha com a vida dos outros. Ou talvez nunca tenha se lembrado. Algo semelhante ocorre com os médicos também. Esse rapaz não precisa estudar só jornalismo, mas precisa estudar coração.

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  6. Fico muito chateada quando vejo um profissional cometendo uma falha dessas. Principalmente no jornalismo, que particularmente acho que é uma profissão com papel extremamente importante na sociedade. Além de ser responsável por difundir as informações e notícias, querendo ou não, o jornalista é um grande formador de opinião. É por isso que aquele que se interessa apenas pela audiência ou "ibope" (fazendo comentários pouco planejados, preguiçosos de conteúdo, mau formulados e até maldosos) deveriam ficar longe dessa belíssima profissão. Mas infelizmente nem sempre tudo é fácil. =\

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  7. Vanessa Carvalho Neves 2ICsegunda-feira, junho 04, 2012

    A mídia está se tornando cada vez mais inconveniente. Este vídeo é um exemplo de muitos outros repórteres, que saem da ideia de informar para a de causar polêmica. Porém, esse tipo de polêmica não é útil para chamar a atenção de algo errado no transporte publico ou algum indício de corrupção (no senado, na câmara, etc),ele só serve para vender jornal, ou vender a imagem de uma emissora.Caso seja bem feito. É claro que dependendo do assunto e da forma como se faz as perguntas pode, sim, se tornar algo positivo,mas é preciso saber bem essa divisória, se não a matéria ficará esdrúxula e mal feita como a deste repórter. Se a pessoa não for capaz de filtrar as perguntas que vem a cabeça é melhor deixar outra que saiba.



    Vanessa Neves

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  8. eu fico tão triste quando assisto uma coisa dessas e nesses momentos eu paro para refletir será que algum dia eu vou fazer uma coisa dessas, espero sinceramente que não. como a esse mundo é cruel e como as pessoas aindam se deixam levar pelo sensacionalismo do que está sendo mostrado? isso tudo é muito triste mesmo...

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  9. Maria Eduarda Gomes (2IC)segunda-feira, junho 04, 2012

    Passamos anos na faculdade aprendendo, além de profissionalismo, o mínimo de ética que é preciso ter parar se viver. Mas parece que alguém andou faltando não somente essas aulas, mas também as aulas sobre a vida, que faculdade nem professor nenhum ensinam.
    Acredito que, além de ética na profissão, existe uma linha tênue entre saber o que perguntar e a hora que a pergunta deve ser feita. Além, é claro, da educação moral, que já deveria vir de berço, mas, que no cenário atual, é muito raro de se encontrar.
    Não culpo o jornalista, pois até posso entender que ele estava cego pela ambição, por talvez querer sobressair em um espaço onde ele era apenas mais um em um milhão. E, de fato, ele conseguiu alcançar esse objetivo. Só que da pior maneira possível. Destacou-se sendo uma pessoa que não demonstra o mínimo de escrúpulos com o outro, que não tem o mínimo de raciocínio lógico para perceber o quão inconveninente foi. Uma lástima, porque formadores de opinião, mais do que ninguém, deveriam pensar duas vezes antes de abrir a boca pra falar qualquer ladainha desse tipo.

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  10. Esse vídeo realmente é a prova de que falta um pouco de humanidade e de bom senso em algumas pessoas! Meu Deus! Isso é pergunta que se faça num momento como aquele? Em minha opinião, acho que a reação do rapaz que atropelou a moça foi um pouco exagerada, mas o que ele disse não deixa de ser verdade! As pessoas colocam o trabalho e o sucesso em primeiro lugar, querem constranger o outro para criar a figura do vilão em rede nacional e se promover em cima disso, porém muitas vezes o feitiço vai contra o feiticeiro.

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  11. Está falta inteligência e sensibilidade em todas as profissões, né? O filtro de toda a programação, de todo o conteúdo da televisivo é somente a "polêmica", aquilo que é chocante. Meu amigo Bourdieu já havia me avisado, os óculos usados pelos jornalistas não andam lá essas coisas - e tão ofuscando também a tela da minha televisão.

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  12. Que bom que ele falou tudo o que a gente engole a muito tempo. Não é de hoje que parte da mídia sensacionalista só quer escandalizar olhando para o seu próprio umbigo - ou melhor, seu próprio bolso. Temos milhões de exemplos expostos todos os dias em "Jornais" que acham que estão propaganda informação e conteúdo. Quem eles pensam que são os telespectadores? Bonecos? Robôs? É o que parece. Caso Realengo: centenas de repórteres entrevistando e forçando respostas SENSATAS de CRIANÇAS que acabaram de presenciar o assassinato de colegas de classe. Tudo bem, querem informar a população. Mas o que essas respostas informariam, ou informaram? E o pior, a cada dia vejo mais exemplos desses na nossa televisão.

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  13. É esse tipo de jornalista que queima o filme da profissão. A busca por furos, por audiência leva ao sensacionalismo que já conhecemos e que está, infelizmente, reinando nos programas de televisão. O modo como o repórter abordou o homem não condiz com a ética da profissão, com o que aprendemos na faculdade. É a tal mentalidade índice de audiência, que só atrapalha e impede o bom jornalismo.

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  14. Adorei a parte em que o jornalista acha que está coberto de razão e pergunta se o homem não acha que as pessoas devem receber a informação e o homem concorda mas diz que a mídia deveria passar a informação correta. Uma palavra pode ter significados dos mais diversos a partir da forma como é colocada. Todos nós devemos ter muito cuidado com o que e como falamos. O jornalista principalmente, a mídia interfere de maneira direta na vida das pessoas, uma informação falsa, uma frase encaixada em um contexto totalmente distinto e ela pode acabar com a vida de alguém. Isso me lembrou muito o vídeo em que uma mulher é entrevistada por uma repórter para falar sobre a roupa que está usando, e acaba não concordando com a forma como a jornalista a trata e também dá uma bela lição de moral. (http://www.youtube.com/watch?v=NHLjKXreYm4) bem feito, para os dois.

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  15. É triste! É uma pressão tão grande que os jornalistas vivem atrás das "boas" sonoras, que fazem cometer erros gravíssimos como esse. Mal sabemos como é a figura do editor a sombra de tudo isso cobrando a falta de sonoras sensacionalistas como essa. Lógico. Não justifica o papel antiético do jornalista, que mesmo com a lição parece não ter aprendido o valor da educação, e o valor do ser humano que ele direciona o microfone.

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  16. Gabriela Mendonça 13hquarta-feira, junho 13, 2012

    Estava comentando isso hoje mesmo com meu pai no carro. Ele estava falando sobre como, infelizmente, não temos boas opções de programas na TV aberta. Ele deu, como exemplo, o programa da Luciana Gimenez - que, pra mim, não tem conteúdo nenhum e é um dos piores da TV brasileira. Em um dos programas, Luciana deu uma alfinetada em uma entrevistada, dando a entender que a mulher era uma “maria chuteira”. Em defesa, ela deu uma resposta à apresentadora que era mais ou menos assim: “também existem as marias roqueiras”.

    O papel do entrevistador (sendo ele jornalista, apresentador de programa ou qualquer coisa do gênero) é fazer perguntas. Não é dar sua opinião e muito menos ofender o entrevistado. Nos dois casos, os entrevistadores levaram as respostas que mereciam. Isso é um absurdo, total falta de profissionalismo e, principalmente, de bom-senso! Jornalista (ou qualquer um que atue nessa área) tem que ter sensibilidade.

    Pessoas incompetentes como essas não deveriam estar empregadas em veículos de informação de tanto alcance! É por esses e outros absurdos que eu acho que o jornalismo deve ser mais encarado como uma profissão séria, que tem compromisso com a verdade e não com o sensacionalismo e a falta de ética.

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  17. Resposta sensacional!
    O reporter passou totalmente do limite, ele ultrapassou a linha do bom senso... E ainda por cima acha que está certo e ainda questiona o cara se ele não quer que o povo receba a informação. Como muitos ja falaram, essa luta pela audiencia as vezes faz com que as pessoas percam a noção.

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  18. Mariana Marfil (17h)domingo, agosto 19, 2012

    O socorro da vítima sendo feito ainda e um exército de "urubus" querendo uma reportagem, isso já é a gota d'água. O homem ainda falou: espere o socorro acabar que eu converso com vocês. Porém um pseudo-jornalista,em busca pela audiência, tenta modificar a situação e quando leva a merecida bronca, ironiza no final. Isso é um absurdo.
    Isso me lembrou um texto que eu li sobre a TV, onde dizia que queria algo sempre extraordinário e certas pessoas, em busca disso, criam esses tipos de situações para conseguir a tão esperada audiência.

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  19. Nunca tinha visto esse vídeo. Bem feito mesmo!!!No meio de toda a confusão, o repórter vai lá e fala : "Já atropelou mais alguém?" isso é falta de profissionalismo. o Repórter existe para nos dar a notícia e nos mostrar fatos em primeira mão e não para aborrecer as pessoas que estão entrevistando. Não era momento pra uma entrevista desse tipo. Após socorrerem a vítima, podiam sim entrevistar, com outras perguntas mais bem boladas. No meio da confusão, no calor do momento não está correto. O entrevistado falou tudo, foi um pouco grosseiro, mas não imaginamos o que estava passando na cabeça ele, talvez traumatizado.. a mídia tem mania de levar o sensacionalismo ao povo e esse cidadão se irritou com isso, com toda a razão! adorei

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  20. A busca desesperadora pela audiência, por "boas aspas", etc, nos leva a esse tipo de situação. Cabe a nós, jornalistas, ter o mínimo de sensibilidade e saber quando é a hora propícia para perguntar uma determinada coisa. Nesse caso, por exemplo, a hora era indiscutivelmente inapropriada, já que a mulher estava sendo socorrida, e o foco devia estar no ser humano que estava tentando ser salvo, e não na entrevista.

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  21. Mais uma vez é preciso citar a questão da audiência. Infelizmente, o jornalismo que deveria ser usado para informar a população, cumprir com seu papel social, desqualifica o indivíduo. A notícia é um produto que precisa ser incrementado para ser comprado (ter audiência).

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