O
sujeito que
se abre ao mundo e aos outros inaugura seu
gesto a relação
dialógica em
que se confirma como
inquietação e curiosidade ,
como inconclusão em
permanente movimento
na História .
Paulo Freire, 1996: 154 Arte: Zenós Frudakis Título: Caetano Veloso
Os antropólogos afirmam que as pessoas se reconhecem através do reconhecimento dos outros. Os bebês começam perceber o mundo quando enxergam o que é externo a eles, e passam a por tudo na boca ( da própria mão até a brinquedos) para saber se aquilo faz parte dele ou parte do externo.
ResponderExcluirSó é possível saber quem é, se souber quem os outros são. Só é possível crescer quando aprendemos com o que o mundo tem a nos oferecer. Só é possível ser, quando se vive em um mundo que é.
E tem gente que ainda acredita que não vive dentro de um mundo e sim, que o mundo vive dentro de si.
Viver sem duvida é um exercicio de libertação a cada dia descobrimos coisas novas. Nesse mundo em que vivemos nós conseguimos aprender muito se tivermos dispostos a nos jogarmos de corpo e alma. Muitas pessoas acham que já nasceram com a sua história fechadinha o que quase nunca é verdade. Temos que ter curiosidade e uma inquietude crescente para vivermos nesse mundo para assim fazer parte da historia.
ResponderExcluirNão há nada melhor do que poder ser quem você é. Mas afinal, como podemos saber? Passamos tanto tempo da vida pensando a respeito dessa questão... Usamos a roupa de nossa "tribo" que falará um pouco sobre a personalidade ou ouvimos o cantor que faz o nosso estilo... (tudo é texto). Vivemos emitindo informações sobre o que somos, ou queremos ser. Viver isso de forma natural nos torna verdadeiros, reais, humanos.
ResponderExcluirMais difícil do que ser o que realmente somos é descobrir quem somos. Na sociedade contemporânea somos capazes de nos desdobrar em mil, participar de diversos grupos, desempenhamos inúmeros papéis para agradar a terceiros e também para sermos aceitos. Tentamos ao máximo nos enquadrar, pertencer a algo. Creio que por isso ficamos perdidos. Sabemos tanto sobre tantas coisas, mas ao sermos questionados sobre quem somos não sabemos responder.
ResponderExcluirEu não consigo expressar o que eu penso sobre a frase "a dor e a delícia de ser o que se é" é tão simples, tão genial, tão verdade...
ResponderExcluirLindo título, lindo texto, mas o que mais me impactou foi a foto desse post.
ResponderExcluirA primeira estátua que se soltou, parece que está agradecendo por ter se soltado do que a prendia. Ela tem uma expressão e movimento de quem que está curtindo e que está celebrando, finalmente feliz sendo ela mesma.
E foi só a primeira sair que algumas também querem experimentar a sensação de liberdade. Mas a segunda está ali como se parecesse pedir ajuda para se soltar. Ela quer sair e está fazendo um esforço imenso para isso, mas ainda tem algo que está a prendendo. Já a terceira, parece estar admirando a que está do lado de fora e ao mesmo tempo tentando se desprender. A última vê tudo o que está acontecendo ao redor, mas finge que não vê. Está simplesmente imóvel, sem sair da sua zona de conforto.
Não sei se foi a intenção do autor, mas cada estátua representa cada um de nós com suas vontades, medos, lutas, alegrias, e com nossos condicionamentos.
Ser quem nós quisermos ser. Isso parece simples... mas só parece. A sociedade nos impõe um molde a seguir, um ideal. Temos de fazer isso e jamais aquilo, temos que rir nesse momento e não naquele, temos de ser de um jeito em um instante e no outro, sermos completamente diferente. Para cada situação, existe um perfil ideal a ser seguido. E se não for seguido, não se é bem visto. É tachado como diferente, esquisito. Mas quem são os normais? Quem dita as regras? A verdade é que podemos ser nós mesmos, com diferentes jeitos, com diferentes dores e formas de alegria. Sermos diferentes e ainda assim eficientes, honestos, críveis, interessantes, humanos. Temos diferentes formas, ideais, personalidades, objetivos e podemos, ou melhor, devemos explorá-las. Ser quem nós somos aceitando os desafios de ser quem se é.
ResponderExcluirInteressante a imagem. Fazemos parte de uma geração que, diferente das anteriores, tem um poder de escolha, de liberdade muito grande. Mas, será? Pois é, muitas vezes essa tal liberdade fica só na teoria. Nunca estamos satisfeitos com o que somos/fazemos, sempre é pouco, sempre há algo melhor ou alguém em quem nos inspiramos. E por que não nós mesmos? Numa sociedade que condena pelo olhar, pelo comentário indireto na rede social, ou mesmo o direto na vida "não-virtual", muitas vezes a coragem do outro em "dar a cara a tapa" e mostrar ao mundo aquilo que realmente é, pode ser a motivação que faltava para o "eu" sentir-se seguro em fazer o mesmo.
ResponderExcluirKarla F. (2IC)
Linda essa imagem! Ela mostra exatamente como é o processo de libertação de uma pessoa. Primeiro, ela se sente presa aos padrões da sociedade, enclausurada em um lugar definido muito antes dela nascer, e que determina como ela será pelo resto da vida. Com algum esforço e consciência, a pessoa consegue, aos poucos, ir se libertando até conseguir ser o que realmente é, o que traz uma felicidade muito grande, como mostra a figura.
ResponderExcluirNós vivemos numa sociedade na qual somos muito restritos e moldados, o que torna a libertação muito difícil. Muitas vezes essa libertação é vista com preconceito e essa forma de olhar inibe as pessoas. E essa imagem é uma ótima demonstração de como as pessoas se libertam ou gostariam de se libertar.
ResponderExcluirA arte de Zenós Frudakis chamou muito a minha atenção. Ao meu ver, os outros só conseguiram se desprender do molde (da parede no caso) quando alguém o fez primeiro. Faz pensar em como a segurança é importante, "vai primeiro que depois eu vou" ou traduzindo "se nada der errado posso me arriscar também". Independemente disso ser algo bom ou ruim, é interessante a expressão corporal do primeiro corpo a sair da parede, transmite nitidamente a sensação de liberdade.
ResponderExcluirEu me lembro que desde muito cedo ficava me indagando sobre " o ser". O que me levava a crer que eu era alguém. Como eu ia me construindo a partir disso e como poderia viver `a parte disso. E sabia que era bela essa "resposta impossível" a todas essas perguntas. Afinal, o que move o ser é a sua curiosidade, inquietação - que florescem quando ele se abre para o mundo.
ResponderExcluirCom 15 anos, inspirada por essas indagações, escrevi algo (que guardo até hoje):
ELA NASCEU. Não sabe se o mundo existia antes dela ou se inventou o mundo a partir de então. SE É PURO ilusão ACHAR QUE AGORA ELA É VIDA. Que teve início e que mais tarde,na sua percepção de tempo que corre em linha reta,terá um fim.Não sabe se ela É para os outros ou se É apenas para si. SE ESTE É, NO SENTIDO DE EXISTIR,É PARA ELA ASSIM COMO PARA QUEM ELA VÊ E CRê ter UM "eu" como acredita ter.ELA NASCEU. Teve dia,hora e local e ELA SABE QUE ISTO não é fato.
"Viver e não ter a vergonha de ser feliz"... Ser fora do normal hoje, é difícil, mas ser você de verdade, é necessário. Não fazer parte do molde imposto pelas sociedades atuais pode ser até motivo de preconceito, agora o essencial é ser você. Ser diferente é normal.
ResponderExcluirO ser humano prefere o conforto do estável. A mudança é sempre uma coisa inquietante. O não-saber é agoniante. Viver em um mundo parado pode ser tranquilo, mas é chato.
ResponderExcluirAí está a importância da curiosidade. Ela nos empurra para o desconhecido. E move o mundo.
Se não houvesse a curiosidade, não haveriam perguntas e todos seguiriam suas vidas na ignorância. Perguntas geram respostas ou mais perguntas e assim move-se a História.
Li esse post, me identifiquei, mas nao comentei. Alguns minutos depois, ligo o rádio e ouço Caetano dizendo que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Não acho que coincidências assim acontecem por acaso... Aqui estou.
ResponderExcluirCada um sabe a dor e a delícia de estar trancado em sua própria caixinha, em sua zona de conforto, dentro do que lhe é oferecido com facilidade. E não ouso dizer que ter o fácil é fácil. É difícil suportar tantas conformações. Ousar, criar e tentar também são desafios, mas será que não nos traz possibilidade infinitas? Sair da forma exige esforço, procura e iniciativa. Estou correndo atrás disso, aliás. Os benefícios talvez sejam pra uma vida toda...
Este post me lembra a nossa apresentação de G1, na qual vivenciamos a dor e a delícia de sermos quem somos. Nela, tivemos a oportunidade de nos abrir para a turma ao apresentar a profissão dos nossos sonhos e um pouquinho da nossa personalidade. Como pode ser visto na imagem, mostrar ao mundo quem somos nos torna mais livres. E isso nos dá uma sensação de realização. Na vida, sendo transparentes, podemos dizer e fazer o que realmente queremos e guiar a nossa vida no caminho que desejamos. A criação é outro meio de atingir essa liberdade, criar muitas vezes é externar nosso mundo interior, nossos desejos e sonhos.
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