Tudo que se dá à leitura é texto. Afinar o olhar e saber ler o mundo é poder agir sobre ele, tecendo e destecendo a vida, assumindo a autoria de sua história. Inspirado no poema Ler o Mundo, de Afonso Romano de Santanna (1989), o portal nasceu em 2007 com a missão de mudar a perspectiva do olhar dos meus alunos de Comunicação Social e de Artes e Design da PUC-Rio. E transformou-se numa prática de leitura e de autoria fundamentada na interlocução e na parceria. luizfavilla@gmail.com
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Arretado.
Um conto de fantasia e de celebração ao imaginário nordestino. Personagens de barro criados por um artesão ganham vida própria e agitam uma pacata vila sertaneja numa noite de festa. Animado em 3D, o curta-metragem funde a tradição do artesanato em barro com o cangaço, numa referência a dois ícones da cultura do Nordeste.
Tem coisa mais linda do que as cores, os ritmos e o sotaque desse sertão nordestino? Tudo nele me encanta! E que bela homenagem esse vídeo faz para a cultura, a arte, a história do sertão. Com tão poucas palavras, toda a cultura é abraçada e exaltada lindamente! O sangue do artista dá vida à história que deu vida à arte dessa artista!
ResponderExcluirLampião é uma figura curiosa. Antes bandido, temido e procurado pela polícia. Hoje, símbolo central desse leque de encanto. Nesse vídeo, é a figura carismática,o herói contraditório, fiquei triste pelo fim trágico que ele recebeu.
Lindo vídeo! Adorei!
Nathália Oliveira
os arquétipos nordestinos estão muito bem representados nesse conto que beira a fantasia, mas sempre com o pé na realidade (mesmo que seja pouco), porque afinal, toda a ficção há de ter uma verisimilhança sublime e magistral que dá força a história. As vezes a verdade contida na ficção é ainda maior do na realidade. "a dor da gente não sai no jornal", já cantava o samba. Mas como diz Picasso, tudo que imaginamos é real.
ResponderExcluirEnfim, como passei minha infância inteira dentro desse mundo pouco urbano, imerso numa simpática descontração, descobrindo praias desertas e ocultas, constituindo-as como meu universo fantástico e minha segunda casa, tenho uma identificação e um apelo maior a esses "western brasileiro", que já foram muito consagrados pelo dinossáurico glauber rocha. Só acho que essa visão deve ser atualizada para os dias de hoje, pois essas figuras do cangaço e do lampião estão extintas. Elas fazem parte do nosso inconsciente coletivo, estando ocultas e raras. Essas feições, gestos, e figurinos estão ´ultrapassadas´. Mais importante do que encantar, é tomar o cuidado para não cair num lugar-comum. Mesmo que esse lugar nos remeta a personagens e histórias fantásticas.
Leonardo do Valle - 13h
A cultura nordestina é tão bela e tão rica! Fiquei até arrepiada vendo esse curta, ele nos passa a beleza e a magia desse lugar tão lindo! O sertão pode ter seus problemas, o nordeste pode estar infestado de mais problemas, mas é um lugar mágico, encantador!Adorei que a animação conseguiu passar a simplicidade deste lugar e usar ela como arma de sedução! As cores fortes e vivas e as músicas alegres me transportam para toda aquela infância que eu tive... Ai que saudade da minha Bahia :p
ResponderExcluirAchei muito bonita a animação. A cultura nordestina é encantadora, mas o que mais me atraiu foi a trilha sonora. Fiquei encantada com a viola, o violino e a sanfona. É impressionante como a música conseguiu expressar sentimentos dos personagens, substituindo, muitas vezes, até os diálogos. A fotografia é muito boa, tudo muito bem feito. Ah! Isso me lembrou também faroeste caboclo! ahahha, adorei! Beijos Favilla! :)
ResponderExcluirEstou sem palavras. Sensacional! O sangue que da a vida aos bonecos de barro - simbolizando o suor, a dedicação, a parte do artista que se desprende para a sua obra. Além disso, mostra que todo ato violento termina em outro de igual forma. Lampião arrasou a cidade para ficar com "boneca bonita", mas acabou sendo "morto" antes de tê-la em seus braços. Linda animação.
ResponderExcluirLuiz Carlos - 13Hrs.
Os detalhes, as rugas, a trilha, o sujo da unha, as expressões... "Tudo é texto!". O texto que dá início e fecha a animação com o sotaque mais gostoso do Brasil nos transporta. E tudo nos faz entrar na história. Quando eu dei por mim, era mais uma daquela cidade. O final, desenhado perfeitamente, com a luz em harmonia, conseguiu emocionar. Animação maravilhosa!!
ResponderExcluirNunca fui muito fã desses pequenos bonecos de barro, mas tenho que admitir que é muito bonito ver um curta que valoriza tanto a cultura nacional. Achei interessante o fato de não mostrar Lampião como um homem bom, que ajudava os pobres. Pode-se dizer que no curta ele se apresentaria como um personagem mau, sanguinário, se não fosse o amor por Maria Bonita. Pela posição que o boneco se encontra no final (no colo dela) é possível deduzir que o tiro a mataria, mas ele se colocou em seu lugar. Seu amor por ela era mais forte que todo o resto.
ResponderExcluirQue rico esse curta! Fez meu bumbo humano, conhecido como coração, bater de saudades por três motivos diferentes: Bateu de saudade do Nordeste, da gente, do povo, do tempero, da brisa, dos coqueiros, das praias; bateu de saudade das minhas apresentações teatrais feito cordéis, do Pavão Misterioso e de imitar o sotaque carregado e tão gostoso; e bateu de saudade das minhas aulas de antropologia da UERJ. Estudávamos o cangaço dia e noite, noite e dia – já até me sentia íntima de Lampião e Maria Bonita -, com uma nordestina "arretada di bôa" chamada Luitgarde, uma grande professora e pessoa!
ResponderExcluirAgora, imagina se a moda pega? O que ia ter de solteiro carente cortando o dedo pra receber beijinhos das namoradeiras, hein?