Poesia dos parafusos: Um ferreiro evoca formas surpreendentemente humanas utilizando-se de parafusos. O Ferreiro e fotógrafo norueguês Tobbe Malm consegue criar esculturas extraordinariamente emocionantes usando parafusos antigos.
Um trabalho absolutamente encantador.
Li no http://www.contioutra.com/





Para quem eu falo quando publico uma poesia no meu blog? Quem quer realmente saber? O que o "Eu me Chamo Antônio" têm a ver comigo e com os milhares de seguidores que curtem suas fotos no instagram? Eu não sei. E venho tentando pensar sobre isso, formular teoremas, buscar respostas. Mas a verdade é que eu não sei.
ResponderExcluirCurti demais essa poesia. Poesia que é escrita com imagens. Imagens de pregos. Metal duro, enferrujado, num fundo branco e vazio. E ainda assim consigo ver toda a fraternidade humana na primeira foto. Toda a solidão na segunda escultura. Toda a fragilidade humana,o medo de ir e o medo de ficar, nitidamente estampados nas duas últimas. Não sei se falamos de fato pra alguém. Sequer sei se alguém jamais pensará o mesmo que nós quando achamos que estamos fazendo arte. Mas sei que, quando de repente, a mensagem de um emissor qualquer esbarra num receptor qualquer no momento e dia certo, faíscas saem do encontro entre criador e criatura, e a obra de arte se ressignifica, moldando-se a quem a vê tal qual moldou-se às mãos de quem a criou. E essa é, talvez, a coisa mais linda da arte.
Linda reflexão, Gabriela. Pura poesia.
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Poesia visual é uma coisa que me encanta de diferentes formas. Seja escrita de formas criativas e diferentes ou puramente visual mesmo. Sempre acho impressionante como conseguimos abstrair os objetos originais e dar significados sob o prisma de como enxergamos nossas vidas. Quer dizer, são apenas parafusos retorcidos, placas de suporte e outros elementos variados, mas a nossa identificação com o humano destes objetos é tão real quanto queiramos que seja. O valor que atribuimos a esses pedaços de metal é tão real e palpável quanto a própria dureza fria dos parafusos.
ExcluirPor um lado pode ser narcisismo humano levado ao extremo de nos identificarmos com meros objetos, de nos projetarmos para lugares onde não estamos, mas por outro podemos perceber o quão perto dessas coisas comuns estamos. Se nos identificamos com parafusos retorcidos, o que isso quer dizer de nós? Como podemos ser tão grandes a ponto de nos projetarmos em algo tão pequeno e, ao mesmo tempo, tão pequenos por nos identificarmos com algo tão simples?
É isso o que a Arte faz. A produção cultural é a forma mais pura e bela que um ser humano consegue se expressar. Sem a arte, não somos nada além de pregos retorcidos.
Excelente reflexão, Gustavo.
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Fico impressionada como determinadas imagens estão impregnadas de significados tão marcantes que nos tocam imediatamente. Impressionante como o corpo fala, se expressa mais do que as próprias palavras. Impressionante como a postura fala, como o que parece essencial, como a expressão do rosto, não é. Tudo é texto, não é? Tudo está subentendido, gravado no subconsciente da emoção. Emoção à flor da pele no mais singelo e expressivo prego.
ResponderExcluir=)
ExcluirExiste uma discussão se a arte é lugar da coisa em si ou do símbolo ( acredito que seja lugar do dois), a apropriação vista nos textos acima tratam a coisa como símbolo de outro e de si. Uma situação de pêndulo é observada onde quanto mas se parece um prego mais se parece uma pessoa, acredito que isso seja fruto da neutralidade do objeto que então nos permite projetar qualquer sentimento nele. Objetivamente falando a arte é apena uma agregação de objetos e o impressionante é que isso também ocorre no campo subjetivo, os objetos do artista e do expectador são empilhados assim criando uma "nova" obra, a leitura. Por isso que a arte alcança tantos, ela é vazia e esperando preenchimento, e esse vazio não nasce no artista, ele vive na obra.
ResponderExcluirConcordo, Nuno. Mas sempre serão os leitores que darão significados para as obras. Sem leitor não há texto. =)
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