É um experiência social que uma agência de publicidade fez na Lituânia, onde existem muitos relatos de racismo - por exemplo: Paulinho, ex-jogador do Corinthians, sofreu racismo na Lituânia. Fizeram esse vídeo para tentar conscientizar a população.
Na “pegadinha”, um negro (ator) estava numa sala de espera, aguardando sua vez para ser entrevistado. Logo em seguida, chegava outra pessoa para esperar junto com ele. Então, o rapaz negro pede para traduzir um texto (em lituano) que escreveram no perfil do face dele, pois ele estava há pouco tempo no país e não sabia a língua local.
A reação das pessoas depois de lerem o texto, extremamente racista, foi de arrepiar.
Li no http://www.sedentario.org/
Sempre que assisto a esse tipo de vídeo, penso: o que as outras pessoas que o assistem fazem após o seu fim? Será que os espectadores refletem mais profundamente sobre um problema tão visível em nossa sociedade para além do “curtir" ou “compartilhar”? Acho que isso fica evidente, por exemplo, quando vemos a expressão de vergonha e constrangimento no rosto dos lituanos que optaram por traduzir o texto mesmo com seu conteúdo racista. Eles sabem que não compartilham daquela opinião e sentem pena do indivíduo negro, mas mesmo assim carregam uma culpa implícita simplesmente por serem brancos e perceberem, naquele momento, o nível de intolerância de alguns de seus conterrâneos, também brancos. Imagino que as pessoas que assistem a esse tipo de vídeo na internet usam o botão de curtir e compartilhar para, de certo modo, se livrar dessa culpa, dessa vergonha. Mas não sei até que ponto isso faz o mundo melhor… A questão do racismo me revolta muito e acho que todos que manifestarem uma reação semelhante a minha deveriam pensar: “Em que nível EU estou colaborando para que esse tipo de pensamento seja erradicado?”.
ResponderExcluirAlém de ser extremamente tocante, esse vídeo me fez pensar muito. Primeiramente, emocionada, reparei no constrangimento que os lituanos (os que decidiram traduzir o texto e até mesmo os que optaram por não faze-lo) passaram. Mesmo não sendo autores do texto, eles, por não concordarem com tal atitude racista tentam, de certa forma, proteger o negro e até se desculpam, assumindo a culpa pelo o que foi escrito simplesmente por serem de outra etnia e viverem numa sociedade em que o preconceito se faz presente. Numa segunda análise, pensei que tal constrangimento talvez surgisse não apenas dessa "culpa", mas de uma percepção de que um dia, mesmo que inconscientemente, eles também tivessem pensado (ou até verbalizado) algo considerado como racista, mas não cara-a-cara. Não digo que eles quisessem machucar alguém, mas as vezes falamos coisas "socialmente aceitas" que, implicitamente, são preconceituosas. É preciso a proximidade com o outro para enxergar em si defeitos que até então você não reconhecia ou que estavam "mascarados".
ResponderExcluirPra mim, a ideia do vídeo é muito boa porque sua mensagem é muito mais do que uma reflexão sobre o racismo. Até que ponto é nossa responsabilidade fazer alguma coisa a respeito daquilo que não foi feito pela gente ou com a gente? Muitas vezes, somos cegos e não notamos os absurdos que acontecem a nossa frente, mas, na maioria das vezes, preferimos não ver. Achamos que a mudança é impossível ou que estamos fazendo tudo certo e que a solução não nos cabe. A verdade é que sempre podemos fazer alguma coisa. Foi comovente ver aquelas pessoas se sentindo tão comovidas por algo que elas nem fizeram nem receberam. No fundo, essa vergonha alheia mostra é uma forma de mostrar que temos um pouquinho de culpa no cartório.
ResponderExcluirO vídeo mostra que é preciso estar atento. Atento a forma como agimos, falamos, escrevemos, mas, principalmente, como podemos ser sempre o melhor de nós mesmos.
Pessoas, excelentes reflexões. Estou orgulhoso de seus olhares.
ResponderExcluir=)
Nossa, fiquei até arrepiada, sem reação, depois de ver esse vídeo. Fiquei feliz pela reação das pessoas de conforto e apoio ao homem. É incrível perceber que a nossa sociedade não é tão egoísta como aparenta. Uma coisa que me choca nas atitudes de algumas pessoas de olharem para o próprio umbigo e não sentirem a importância do outro no ambiente que vivem. Meus olhos enchem de lágrimas em vídeos como esse, me da uma esperança de um mundo mais gentil e solidário.
ResponderExcluirHá alguns anos, eu vi esse comercial da Coca-Cola e me senti tão feliz e satisfeita como agora: https://www.youtube.com/watch?v=npTHGyOAJNs
Grato por dividir o link, Marina.
Excluir=)
Seria tão bom se no final esse vídeo fosse apenas ficção. É triste saber que em nosso dia a dia várias pessoas ainda insultam e discriminam umas as outras apenas por conta da cor de pele de cada uma. Nem precisamos ir pra Lituânia pra perceber isso, já que há pouco tempo uma jovem mineira, negra, recebeu vários comentários agressivos em sua página no Facebook depois de ter postado uma foto com o namorado branco.
ResponderExcluirFico me perguntando como as pessoas que praticam esse tipo de preconceito se sentiriam se fossem julgadas por sua cor de pele. Precisamos nos colocar mais no lugar do outro e perceber de uma vez por todas que sendo brancos, amarelos, negros, pardos, ou azuis, somos todos iguais.
Pratiquemos esse sentimento, Gisele. Mas é difícil, sei bem. A nossa cultura segrega, separa, divide nossos corações e mentes para que nos sintamos mais frágeis, carentes e dependentes dos que nos parece igual. =(
ExcluirNossa, muito tocante esse vídeo! Acho que se fosse eu ali, também não conseguiria traduzir.
ResponderExcluirSó tem uma coisa que pode parecer boba, mas que eu me questiono quando vejo esse tipo de campanha: será que essas pessoas realmente não sabiam que estavam sendo filmadas? E se não sabiam, até que ponto se pode utilizar a imagem de pessoas sem seu aval, mesmo que para um bem maior?
Nesse caso, acho que o resultado deu super certo, o vídeo é super emocionante e questionador. Mas me coloquei no lugar das pessoas tanto quanto a reação ao texto quanto ao fato de serem filmadas sem saberem...
Fiquei sinceramente emocionada! A reação que mais chamou minha atenção foi a do "candidato" que pessoalmente pediu desculpas. Senti que ele quis representar o país quando dizia isso, ele tomou uma posição de representante do povo dele, incluindo os maus cidadãos, para se desculpar pela suposta atitude. É bom ver o lado mais humano das pessoas, elas não conseguiam proferir as palavras depois de traduzi-las pois sabiam o valor de cada uma, e não se associavam a tais valores. Acho que a chave da campanha foi externalizar o que muitas vezes as pessoas já têm escondido e estabelecido no inconsciente, ao ponto de não pensarem mais sobre. Ao ler as palavras que não estavam na boca, nem na mente de ninguém, foram sentindo o real valor delas e perceberam o quão cruéis eram. Adorei a iniciativa, realmente muito tocante.
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