domingo, 5 de outubro de 2014

Voem, passarinhos, voem.

Dedicado aos alunos de Comunicação Social que a partir de amanhã provarão 'a dor e a delícia de ser o que se é' ao expor seus exercícios de autoria. 

13 comentários:

  1. “Você diz a verdade. A verdade é o seu dom de iludir”.

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  2. Quem diria que a pergunta que nos foi sempre perguntada na nossa infância se tornaria o trabalho mais difícil de se fazer? Confesso que inicialmente achei que tinha facilmente chegado à resposta do trabalho, mas depois de uma tentativa falha de apresentação percebi que estava enganado e resolvi recomeçar do zero. Para buscar lá do fundo qual seria a profissão dos meus sonhos foi necessária um longa viagem intrapessoal. Foi preciso afinar meu olhar sobre eu mesmo, que já estava enferrujadamente afinado. Este trabalho trata-se de uma grande obra de arte. Querendo ou não essa apresentação é uma janela da alma, é dizer o indizível, traduzir o intraduzível, explicar o inexplicável. Uma vez que cheguei no ponto final e defini, entre algumas opções, qual seria o meu emprego ideal, descobri que a parte mais difícil ainda estava por vir: o caminho de volta. Como externalizar algo tão subjetivo e emocional? Afinal, estava falando de arte, e como falar racionalmente sobre arte e todo o meu envolvimento com ela? Pareceu uma tarefa impossível, e realmente foi um grande desafio. Cinco míseros minutos para definir a profissão que eu escolhi, explicar porque eu quero ela, contar toda a minha relação com o tema e ligar tudo de forma coesa, tudo isso de um jeito inovador e encantador. Abri portas para Nietzsche, Da Vinci e até Peter Pan para me ajudarem a conduzir a turma na minha viagem. Afinal, não é fácil se expor assim para a sala inteira, uma vez que se trata de assuntos muito pessoais, pensamentos que já são muito intrínsecos em mim. Todo este processo representou uma grande aula de autoconhecimento, um verdadeiro desafio de comunicação e uma prova do poder da arte.
    “A arte alimenta-se de ingenuidades, de imaginações infantis que ultrapassam os limites do conhecimento; é aí que se encontra o seu reino. Toda a ciência do mundo não seria capaz de penetrá-lo.” - Lionello Venturi

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  3. Como foi? Como foi?! Enfim, como foi:
    Bem, não posso dizer que foi difícil escrever o discurso. Sabia que deveria falar de uma profissão que realmente estivesse no meu coração, me completasse; para assim minha fala sair verdadeira.
    Confesso que a ideia de como interpreta-lo, também não foi complicada de surgir. Sabia que queria algo que não envolvesse tecnologia, e que pudesse dar comida aos outros. rs
    Partindo dessa ideia "montei aquela encenação louca"; e meu objetivo principal era surpreender. Não queria que as pessoas imaginassem o que eu iria mostrar ou falar. Afinal, um bom roteiro é aquele que te envolve na história a cada cena, correto?
    Bom, quanto a proposta em si do trabalho. Só tenho a agradecer você, professor. Seus exercícios mirabolantes e inesperados; me fizeram sair da tão temida "caixinha" ou pelo menos mostrar quem sou de fato.
    Por fim, aguardo ansiosamente a G2.

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  4. Dizem que falar dos outros é fácil, mas quando temos que falar de nós mesmo aí fica mais sério. É tão dificil, mesmo entrando na fase adulta, termos que tomar essa decisão de "O que eu quero ser quando crescer?". Existe tanto por trás dessa simples pergunta, existe nosso desejo, o desejo dos nossos responsáveis, o nosso financeiro, os nossos sonhos… Enfim, uma simples frase que carrega dentro de si uma quantidade enorme de decisões. Acho que se analisarmos melhor a pergunta ela traz uma mensagem subliminar: o que EU quero SER. Eu ser algo que represente tudo que eu sempre sonhei, e não que sonharam por mim. Obrigada professor por ter nos ajudado de uma forma "indireta" a sabermos o que somos, e não só o que queremos! Essa lição foi muito importante.

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  5. Primeiro eu pensei em inventar, mas depois percebi que estava complicando o que era óbvio. Eu realizo meu sonho todos os dias, em cada prova, em cada trabalho, em cada visita. Não existe uma aula chata pra mim, não existe um conteúdo que eu não goste. São seis horas que passam voando. Mesmo estando longe de casa, sei que ali é meu lugar, na comunicação, no jornalismo. Embora ainda tendo muito o que aprender e evoluir na carreira que eu escolhi, eu simplesmente não me vejo fazendo mais nada que não seja isso. Então, pensei em fazer uma coisa meio metalinguística: um "programinha" falando sobre o sonho de uma menina em ser jornalista, eu. A tecnologia utilizada foi precária, eu admito, mas foi por motivos de orçamento mesmo. A realização foi muito gostosa. Me ver como jornalista na visão dos outros só reafirma o que eu sinto dentro de mim. Também achei que eu falando de mim poderia parecer forçado, então me passei por outra pessoa e escolhi mostrar pessoas falando de mim e experiências que eu já tive na área. Aaa, exceto minha sobrinha kkk ela foi só para ficar fofinho mesmo :)
    Só fiquei tão nervosa assim na minha vida quando tive que fazer a prova para tirar habilitação! Independente do resultado eu amei fazer esse trabalho. Experiências que não viveríamos em outro lugar que não fosse na sua aula! :)

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  6. Expressar a coisa mais importante da minha vida através do que eu mais gosto de fazer foi um desafio muito positivo para mim. No momento em que comecei a pensar como eu faria minha apresentação, eu queria algo imediato, presente, vivo. Queria poder montar algo que fosse direto ao ponto e autoexplicativo, até porque é justamente essa vivacidade que eu procuro na arte no geral. Decidi então tentar passar a importância da atuação na minha vida através da performance. E saber por onde eu começaria não era nem o início da coisa.

    Escrevi um texto gigante logo após uma aula de expressão corporal. Fui tentando descobrir as imagens para as palavras através do corpo e foi assim que a ideia foi se concretizando dentro de mim. O melhor de tudo é que realmente foi divertido. Foi uma chance de remexer nas minhas velhas certezas e extrair o que realmente era necessário. Tive que fazer exatamente as coisas das quais eu falava no próprio texto: entregar, construir, perceber, desfazer. Mais da metade do texto foi cortada, mas, ao longo da seleção, as palavras foram revividas dentro de mim e isso, por si só, já valeu a pena. O processo adicionava ao texto: a desconstrução que se fez necessária me ensinou a brincar de novo.

    Foi bom estar ali naquele momento e poder fazer o que eu gosto. Foi bom ter a liberdade. Foi maravilhoso ver as pessoas mostrando as paixões delas.
    Só tenho a agradecer.

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  7. A experiência foi interessante. Quando me vi fazendo e, depois, ensaiando o trabalho, vi que tinham muitas coisas que eu gosto mas poucas que me inspiram. Quando eu finalmente abri os olhos, afinei o tal olhar e me percebi ao redor de mim mesma, voei. Falar sobre o que me inspira, sobre o que eu quero ser, me deixa sem fôlego porque eu falo e esqueço de respirar - respirar vira secundário e falar, me expressar, primário. Foi difícil chegar a uma profissão. Acho que procurei por tantas coisas e não percebi o óbvio. Ao analisá-lo, depois, fiquei com medo de ser muito óbvio. Achei melhor arriscar, abrir as asas.
    Gostei. Gostei de pensar, encontrar e fazer. Foi difícil, mas também foi bom. Foi como me analisar em um espelho, me perguntar, me entrevistar e me escrever.

    Obrigada pela experiência.

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  8. Foi incrível ! Desde o primeiro dia de aula, quando nos foi avisado sobre o trabalho, estava animado e com medo desse dia. O medo e a animação guiaram-me no início, mas foi a paixão que me motivou na reta final. A paixão afinou meu texto, minhas ideias. Quando recebi o email falando sobre o sorteio, fiquei sabendo que seria o último, da turma e das turmas. Encarei como uma oportunidade. Se é para fechar, eu fecho. Senti-me mais inspirado. Ao longo das apresentações fui me sentindo cada vez mais em casa, e cada vez mais "fora de mim". Uma experiência que trabalhou meu interior e meu exterior, meu texto e minha fala. Pouquíssimas vezes, no ambiente acadêmico, me foi exigido tanto. Tanto esforço, tanta paixão. Naquele dia, pela primeira vez em anos, eu me permiti. Eu saí da zona de conforto e me expus, me entreguei. E nessa entrega, conheci mais a mim mesmo e às pessoas que estão comigo por algumas horas por semana. Não sei se isso nos torna amigos instantaneamente, mas por um momento, por todo aquele momento, nós fomos tão mais que amigos. BRAVO!

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  9. Gabriela Azevedo 17hquarta-feira, outubro 08, 2014

    Foi uma experiência única assim como todas as aulas tem sido. Nunca imaginei encontrar em uma universidade uma disciplina tão diferente e estimulante. Fui aos poucos criando coragem para ser quem eu realmente queria e defender este sonho foi apenas uma afirmação para mim. Neste processo acabei voltando a infância, fiquei com saudade de muitos momentos e vi como construí meu próprio futuro com o passar do tempo. Recordei a rádio que criei aos 7 anos, brincadeira que no fundo se mostrou séria e uma escolha antiga. A dúvida que tinha sobre minha profissão já não existe mais. Percebi que era insegurança de escolher algo definitivo e pude ter certeza do meu talento para o jornalismo. Eu amo história e busquei mostrar sua importância para mim. Se tudo é texto, na minha vida tudo sempre foi história. Vejo no jornalismo uma forma de manter isto em mim, afinal os lugares e as pessoas são cheios de fatos inusitados esperando para serem descobertos. Eu quero o novo e poder mostrar para o mundo como existem personagens incríveis por ai.

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  10. Como se fala de um sonho em cinco minutos? Como se expressa aquilo que dá cor ao seu existir? Aquilo que te move, te inspira e corrói a falta de fé que a humanidade te dá razões de ter. Eu não sabia- ou sabia, mas tive medo de arriscar. Hoje, se me pedissem para explicar, eu agora contaria do dia em que vi um menino transformar a sala de aula na Ilha da Fantasia; do dia em que ouvi uma fada catar; que aprendi a matar um zumbi; que vi uma menina fotografar com o coração; e em que assisti outras tantas desfilarem imprudentes, irresponsáveis e completamente analfabetas em relação ao que são capazes de causar. Depois de 6 anos em faculdades, de ter tido aula grandes mestres e lido uma infinidade de livros, descobri como pode ser fácil espalhar comédias divinas e fazer chover poesias. A razão deve servir de guia, mas quando se conta um sonho é o coração quem deve falar.

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  11. Gabriela Torres - Aluna de todas as horas :)sábado, outubro 11, 2014

    De uma incerteza, de repente, nasce um amor. O medo traz a adrenalina que move a vida. Sonhar também envolve se frustrar. Mas não digo que seja para desistir e sim para aprimorar para quando tentar de novo, fazer melhor melhor e melhor. O mundo não é justo mas só nós escolhemos o que nos abala. Saudade das suas aulas que me faziam tão bem! Deixo aqui um recadinho no melhor blog do mundo! Com muito amor, Gabriela Torres

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