(...) Pessoas capazes de gerar idéias encantadoras apresentam algumas características em comum. Elas desenvolvem a capacidade de educar a imaginação, são excelentes observadoras, evocam imagens e visualizam formas com facilidade, lidam muito bem com abstrações, se divertem lendo o mundo, misturando e transformando coisas, conseguem sintetizar em poucas palavras ou rápidas imagens raciocínios de grande complexidade.
Sobretudo: possuem sensibilidade.
Observar, imaginar, recombinar, todo esse olhar diferente para a realidade seria insuportável se não fosse prazeroso, e só é prazeroso quando a sensibilidade nos proporciona esse prazer.
Falar em prazer nos remete diretamente ao efeito que o encantamento provoca nos destinatários da comunicação. E assim fechamos o círculo virtuoso que nos mostra que o encantador é, necessariamente, um eterno encantado.
Não é possível ser persuasivo, argumentativo, criativo, sem viver em constante estado de encantamento com as cores, as formas, os sons, as provocações sensoriais da natureza, as reações e peculiaridades das pessoas, a evolução tecnológica, as comparações entre diferentes épocas, os fenômenos artísticos, culturais e sociais que nos envolvem.
Não é possível se emocionar sem ter emoção para dar.
Da mesma forma que a juventude se perde, não com o passar dos anos, mas com a perda da capacidade de se surpreender, também o encanto se perde quando perdemos a capacidade de nos encantar.
Adilson Xavier Foto: Luiz Favilla
Acho que no fundo, todos temos um mesmo objetivo, criar ou ser algo que impressione, ou encante no olhar do outro. Vivemos na constante saga de encantar o próximo, seja com nosso trabalho, com nossas atitudes, ou com novas ideias. No meio do caminho acho que esquecemos que para encantar o outro temos que nos encantar também. Criar algo que seja bonito para o seu olhar, e automaticamente isso também será bonito para o outro. Acho que ao invés de nos preocuparmos tanto com a perspectiva do outro, se ele vai gostar ou não, temos que focar em encantar nossa própria mente em primeiro lugar.
ResponderExcluirPor isso insisto que vcs mantenham aceso o olhar de criança, Giulia. Comunicação é encantamento.
ResponderExcluir=)
Gosto sempre dessas reflexões que no final, voltam-se para nós mesmos. "Precisamos querer pra conseguir, precisamos mudar nós mesmos para mudar o mundo, precisamos nos emocionar antes pra emocionarmos os outros depois". Acho que pensar assim faz com que eu crie menos desculpas na hora de colocar algo em prática. Por mais que muitas vezes seja difícil tomar a primeira atitude, mantenho a consciência de que se eu não der o primeiro passo, dificilmente alguém fará isso por mim.
ResponderExcluirO caminho se faz ao caminhar, Gisele. Caminhe, pois.
Excluir=)
"Sensibilidade". Talvez seja isso que esteja em falta no mundo de hoje. Como falei no nosso encontro de hoje, é muito fácil se perder dentro de si mesmo e esquecer os outros. É muito fácil, e acredito que até comum, diminuir o sofrimento alheio ou simplesmente não se importar. Importar-se/ser sensível impõe um risco grande de se machucar. Sair da bolha de indiferença em que nos acostumamos a viver, preocupados só com nossos prazos, tarefas e, de vez em quando, sonhos, pode ter um preço. Podemos nos decepcionar se nos abrirmos para o mundo, podemos descobrir tristezas que nem imaginávamos ter. Mas também podemos nos surpreender e fazer algo raro hoje em dia, que é se conectar de verdade com as pessoas (como aconteceu no nosso encontro :)). Podemos nos encantar com o universo agridoce que nos cerca e perceber que podemos mais, que somos mais, apesar dos pesares. Ser sensível é sair da caixinha; é não deixar escapar a vida que passa por nós.
ExcluirBruna: hoje foi um dia em que a minha missão de educador fez sentido graças a cada um de vocês. Não percamos a sintonia que conquistamos juntos em sala de aula. E eu é feito de pedaços do outro, lembre-se. =)
ExcluirO texto trás uma boa reflexão. É verdade, aqueles que possuem a capacidade de se encantar enxergam sempre novidades em ações comuns, reinventam, veêm graça até mesmo no cotidiano.Pessoas encantadas costumam ser boas contadoras de histórias.
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