terça-feira, 24 de março de 2015

Da série gostaria de ter sido o criador.



A Casa do Zezinho está divulgando uma campanha de crowdfunding no site Indiegogo para não lançar um produto em campanha criada pela AlmapBBDO. Contrariando a lógica desses espaços, que arrecadam doações para financiar produtos revolucionários, a ONG quer que uma capa capaz de deixar crianças invisíveis continue apenas como um protótipo.
O vídeo, que apresenta o projeto e que foi produzido pela produtora La Casa de la Madre, mostra um grupo de pesquisadores falando sobre a descoberta desta capa e revela seu verdadeiro propósito quando mostra como foi criada. O filme pede então que os internautas façam uma doação para que a Casa do Zezinho possa ajudar ainda mais crianças em situação de vulnerabilidade e para que essa capa, que na verdade é um simples cobertor muito usado por moradores de rua, deixe de existir nesse contexto.
A meta é atingir trinta mil dólares que possibilitará aumentar em 12% o número de crianças atendidas nos projetos sociais da Casa do Zezinho. Pessoas do mundo inteiro podem participar do financiamento. Doações a partir de cem dólares receberão um protótipo da capa, exatamente como acontece com outros projetos do site.
Li no http://portfoliodeagencias.meioemensagem.com.br/

9 comentários:

  1. Branca Freitas - 13hterça-feira, março 24, 2015

    Que video incrível! Confesso que fiquei surpresa, não esperava esse final... bem planejado para nos tirar da nossa zona de conforto. É muito fácil ignorar essa realidade no dia a dia e essa campanha é um "tapa na cara", é desconfortável encarar as coisas como são quando levamos uma vida tranquila, sem ter que enfrentar esse tipo de condição social.
    Me lembrou também de quando eu fui a uma manifestação realizada pelos professores da rede pública, em 2013. Quando estava na Cinelândia, um menino que morava lá, na rua mesmo, veio me pedir um biscoito. Ele sentou do meu lado e, enquanto comia comigo, disse: sabe por que eu estou aqui, tia? Eu tenho 12 anos, eu cheiro cola e eu fumo crack, eu moro na rua e nunca tenho comida. Eu tô aqui porque eu acho certo o que esses professores estão fazendo. Eu não quero que o meu irmãozinho de 6 anos acabe que nem eu, ele tem que estudar, ele mora com a minha mãe ainda. Eu saí de casa e agora tô aqui.
    Foi uma situação que me emocionou muito... é uma realidade que escolhemos ignorar mesmo estando tão perto de nós, mesmo sendo presente no nosso cotidiano. Ninguém deveria ter que passar por isso, nenhuma criança, nenhum adulto, ninguém.

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    1. Cabe a cada um de nós tentar mudar essa situação, Branca. Excelente reflexão. =)

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  2. Dá mesmo vontade de ser o criador...

    O que começa de maneira bastante clichê se revela um balde d'água na nossa indiferença.
    Acho que cada vez mais nos habituamos a "não ver". Não ver a criança de rua, não ver o "drogado" na esquina, não ver a grávida pedinte, não ver o senhorzinho que mora num pedaço de papelão...

    É muito complexo falar sobre esse assunto. Eu mesma já me peguei desviando o olhar em situações parecidas.Por vezes, dá uma sensação de impotência em outras é o medo que atrapalha. Há um senso comum de que as crianças que estão na rua estão ali para pedir dinheiro para a cachaça dos pais. Mas esse tipo de olhar é muito superficial. Imagino as situações pelas quais essas crianças passam, mas sei que não chego perto de entender o que acontece.

    Certa vez, eu estava vindo da Novo Rio passando ali pela Glória. Vi uma família sentada no meio fio, a mãe estava amamentado e uma menina (de uns três anos) estava do lado. O ônibus parou e eu fiquei olhando aquela cena, com o coração na mão. Porém, depois de uns segundos a menina reparou meu olhar e abriu o sorriso mais lindo que eu já vi na vida. Era tanta alegria em uma condição tão precária. Esse momento ficou eternizado na minha mente e até hoje eu não sei como não fiz nada por aquela menina. Com certeza foi um grande aprendizado na vida: eu nunca posso me permitir ficar triste se ela (apesar de tudo) pode ser tão feliz.


    PS.: Por essas e outras estou em busca de um trabalho voluntário com crianças. Quem tiver indicações, por favor, me avisem!!

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  3. Leticia Fernandes 13hterça-feira, março 24, 2015

    Surpreendente esse video! Diferente das campanhas com o objetivo de arrecadar doações para instituições, a maneira que ele se constrói, com um final inesperado, faz a gente repensar nossas atitudes e realmente nos impulsiona a querer mudar essa triste realidade. Ponto para o video, mas isso também me deixar com um certo pesar ao pensar que, as vezes, é preciso um tipo de "chamada" diferente para que a gente finalmente tome uma atitude a respeito de algo que já tinhamos conhecimento sobre.

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  4. Vi o vídeo sem ler o post e o comentário e achei genial a maneira de como ele foi capaz de me prender até o final, mesmo sendo tão curto; eu estava esperando uma capa completamente diferente da apresentada. É muito impactante e, infelizmente, retrata a realidade de boa parte da nossa sociedade. Entretanto, eu me sinto como a pequena parte da sociedade que ao menos tenta ajudar essas pessoas, uma vez que minha mãe, há muito tempo atrás, levou um menino que ela encontrou na rua para morar conosco. A partir do momento que abri a porta do meu quarto para conversar e brincar com ele já senti que estava o ajudando. Na época eu ainda não tinha esse discernimento, pois era muito pequeno, mas agora eu vejo que o ajudei sim, à minha maneira. Hoje ele é casado, tem filhos, está feliz, e nos agradece sempre que pode pela guinada na vida dele. Mas quem realmente mudou a vida dele foi a minha mãe, uma pessoa incrível que acredita muito nas pessoas e que, por uma decisão diferenciada, acreditou nesse garoto e o ajudou de todas as maneiras possíveis. Lembrei bastante dela ao ver esse vídeo e me sinto muito orgulhoso de participar de uma família assim, com esses valores tão especiais.

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    1. Incrível a atitude da sua mãe!
      Muita luz para ela sempre!

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  5. Pessoas, quem tiver interesse e disponibilidade para trabalhos voluntários procure a Pastoral da PUC-Rio. Há oportunidades emocionantes por lá. Além disso, o CV de vocês vai ficar extremamente valorizado com a experiência. =)

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    1. Obrigada Favilla!
      Vou dar uma passada lá na Pastoral! Fiquei sabendo de uma amiga que faz um trabalho no Hospital da Lagoa, bem legal também!

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  6. Mariana da S. Bertocchi 15hrsterça-feira, abril 14, 2015

    Que vídeo incrível ! Logo no início quando ele falou ''capa da invisibilidade'' me veio na mente várias formas de se tornar invisível. As vezes na escola, na faculdade, nas ruas, em qualquer lugar, podemos nos tornar invisíveis. Basta que as pessoas não nos percebam ou que não queiram nos perceber. Quando no fim, ninguém quer realmente quer ser invisível. As pessoas querem ser notadas. Como aquela criança que está na rua, assim como outras milhares de crianças. Infelizmente, essa é a realidade. E eles simplesmente passam despercebidos seja pela correria do dia a dia, ou seja pela falta de atenção ou até mesmo pelo desdém. É muito triste ver isso, porque é uma situação pela qual nunca imaginamos passar. Só espero que com o tempo as pessoas olhem mais para as outras e percebam sua presença.

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