
Tudo é mais bonito nas Redes Sociais. Casais são perfeitos, as férias são as mais empolgantes, o prato de arroz com feijão vira banquete e a felicidade reina, sempre.
Resultado, talvez, de uma doença emocional chamada "aparências", e viver para mantê-las não é algo novo à se fazer. Pensando assim, uma holandesa de 25 anos resolveu inventar uma viagem de mais de 1 mês, e trollar alguns conhecidos. Para os amigos e familiares, Zilla Van Den Born havia embarcado para o paraíso, dividido entre estadias na Tailândia e Cambodja.
A artista postava tranquilamente fotos em sua rede, enquanto visitava templos budistas, se banhava em lindas praias, frequentava ótimos restaurantes, e vivia perfeitamente. Acontece que tudo não passava de manipulações no Photoshop. As fotos de mergulho foram feitas na piscina de sua casa, o templo que visitou era na verdade uma instituição budista de Amsterdam, a comida tailandesa foi ela mesma quem cozinhou, e para simular que estava em um hotel com decoração típica, utilizou antigas decorações de natal e um guarda-chuva para enganar em conversas com os pais por Skype.
Para dar início ao projeto, parte de um trabalho acadêmico, a estudante de design gráfico pediu aos pais para que a deixassem no aeroporto, de onde pegou um trem de volta pra casa e começou a arquitetar a 'viagem'.
"Fiz isso para mostrar para as pessoas que nós filtramos e manipulamos o que a gente posta nas mídias sociais - criamos um mundo ideal online no qual não se pode mais encontrar a realidade. Meu objetivo era provar como é comum e fácil para as pessoas distorcerem a realidade".





Achei incrível a crítica que essa holandesa fez ao mundo contemporâneo e o nosso comportamento diante de tantas mudanças tecnológicas. Nessa era digital, no qual o que é mostrado nas redes sociais é o que vale e a vida real não passa de um detalhe, me faz perceber que as pessoas, cada vez mais, buscam sempre mostrar que suas respectivas vidas são perfeitas, quando, na verdade, elas precisam de ajuda, mas preferem acreditar no que elas mesmas postam com medo de ver a realidade.
ResponderExcluirPensando nesse assunto, lembrei-me de um vídeo que retrata bem o comportamento dos indivíduos nos dias de hoje.
https://www.dailymotion.com/video/x20fif1_o-que-voce-pensa-das-redes-sociais_fun?start=153
Bem-vinda, Bianca. Para você ver como é muito, muito fácil manipular e enganar leitores menos atentos.
ExcluirGrato por dividir o link. Tem tudo a ver.
=)
Novas tecnologias pra antigos interesses. É inegável a face unilateral que a internet nos permite mostrar: todos felizes, bonitos, interessantes, descolados, sorridentes. As redes sociais dão para a gente o poder de moldar um “eu” idealizado, passível de reedições, jogos de luz e cortes. Mas no fundo, esse mundo faz-de-contas repleto de algodão doce, sol e água de mar é uma ilusão auto-consetida. Acho que precisamos nos enganar, porque, em algum lugar, a ilusão faz a gente seguir em frente. Tanto faz se um “amigo” que vi uma ou duas vezes está comendo sushi numa sexta a noite. Mas em algum lugar, todos nós precisamos saber: “eu existo, eu estou aqui”. Cada vez mais a tecnologia nos dá ferramentas pra que a gente se torne celebridade da nossa própria história. E, num mundo onde o valor não está no que se faz e sim no que se mostra, todo mundo quer seu minuto de glamour e seu cantinho no holofote – nem que pra isso role uns tapas, puxões de orelha ou alguns cliques no photoshop.
ResponderExcluirBem-vinda, Gabriela.
ExcluirExcelente reflexão.
=)
As redes sociais são mesmo uma armadilha. Ao mesmo tempo que nos oferecem praticidade, nos afastam cada vez mais do mundo real. Acreditamos na felicidade e nas "verdades" que são postadas ali sem questionar. Tiramos mil conclusões a partir de um compartilhamento, uma foto, um post. Criamos personagens que formam um mundo ideal em que todos sorriem, amam e são amados, precisam de atenção.
ResponderExcluirVenho cada vez mais questionando meu comportamento na web, tentando de certa forma redefinir as minhas atitudes em relação as redes sociais: o tempo que gasto com elas e a maneira como as utilizo. Por mais que seja cada vez mais raro, um encontro com amigos "reais" sempre vale mais a pena do que uma conversa no whatsapp. A crítica de Zilla é muito pertinente nos tempos atuais.
Bem-vinda, Gisele.
ExcluirComo em tudo na vida, o caminho está no meio (Tao)
=)
Adorei a ideia da holandesa! As redes socias fizeram as pessoas se preocuparem com os outros, antes de si mesmo. Uma boa parte dos usuários de facebook, twitter faz desses meios um diário e só se preocupa com o sucesso que vai fazer entre os "amigos". E o perigo na internet? Ninguém pensa nisso...
ResponderExcluirConheço uma pessoa, que toda vez que sai de casa publica uma foto ou um texto na rede. Os posts são bem populares e se não forem, ela apaga. Esse é um típico exemplo de viver para o público.
A necessidade de agradar o outro não pode está em primeiro lugar.
Bem-vinda, Marina.
Excluir=)
Esse texto da Zilla representa totalmente esse mundo conectado no qual vivemos. As redes sociais tem como objetivo unir as pessoas, mas acaba também passando um sentimento de carência e exibicionismo. As pessoas tem a necessidade de criar um status fictício para serem aceitas num determinado grupo, e se não atingirem as expectativas desse grupo, se sentem excluídas. Não é a toa que cada vez mais vemos pessoas postando coisas banais o dia inteiro para se sentirem lembradas ou simplesmente indo a um determinado restaurante, não pela comida, mas para tirar foto do prato e dizer que comeu naquele determinado local. As pessoas se tornaram exibicionistas para se sentirem bem, mesmo que seu mundo não seja o retratado. Nem sempre o que alguém posta precisa ser verdade, só precisa ser interessante e relevante para seu grupo de amigos, para uma falsa inclusão virtual Um exemplo disso foi uma exposição que fui sobre impressionismo no CCBB e o casal que estava na minha frente foi avisado pelo segurança de que não poderiam fotografar as obras, a mulher virou para o segurança e disse "Para que vou entrar se não posso tirar fotos?". Ou seja, ela não estava ali pelas obras ou pelo conhecimento histórico, ela só queria tirar "selfies" para mostrar para seus amigos que estava curtindo a exposição com o namorado. O que, pelo comentário dela antes de entrar, não parecia ser verdade.
ResponderExcluirAcho pertinente a crítica às mídias sociais. É o que experimentamos hoje. Mas - não querendo ser o viciado defensor das redes, mas já sendo -, não é de hoje que agimos assim. Nossas práticas de distorção da realidade entram na calçada da fama das "boas e velhas". Afinal, quem nunca contou sua história de pescador na vida que atire a primeira pedra. O golaço na pelada que nunca aconteceu, a(o) garota(o) mais gata(o) da festa que nunca "pegamos", os livros que nunca lemos... enfim. Somos todos excelentes autores de ficção e não fazemos por maldade. Fazemos por satisfação própria, por destaque em nichos sociais, defesa de frustrações etc. A diferença é que, hoje, temos ferramentas para que mais pessoas conheçam os frutos de nossa imaginação fértil.
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