sábado, 27 de setembro de 2014

Cirque Du Soleil cria coreografia ‘mágica’ com drones.





O escritor de ficção científica Arthur C. Clarke, autor de “2001: Uma odisseia no espaço”, diz em sua ‘terceira lei’ que ‘qualquer tecnologia avançada o suficiente é praticamente indistinguível de mágica’.
Isso fica bem evidente ao acompanhar o curta Sparked, criado a partir de uma parceria entre a ETH Zurich, uma das maiores especialistas em drones do mundo, e o Cirque du Soleil.
A história mostra o mundo mágico de um profissional que se dedica a consertar luminárias. Em um dado momento, elas ganham vida e circulam pelo ambiente, regidas pelo eletricista. O mais interessante é que não foi preciso usar nenhum efeito especial na gravação, que durou apenas 3 dias em um galpão de da ETH Zurich. O trajeto dos drones, que havia sido previamente coreografado, era controlado a partir de uma conexão wireless, e a interação entre o ator e os quadcópteros foi planejada nos mínimos detalhes.

Os bastidores (clique aqui para assistir) mostram a dedicação da equipe e o interesse da ETH em transformar os drones em mais do que apenas robozinhos entregadores, mas também ferramentas para performances e efeitos especiais ainda não imaginados.

Não é à toa que a Disney já foi atrás de patentes para melhorar seus shows nos parques temáticos. Da mesma forma que o Cirque du Soleil fez lâmpadas voarem, imagine o que a Disney poderia fazer com o seu universo de personagens.
Se arte e tecnologia conversarem bem, estamos para ver um novo tipo de show ‘mágico’ nos próximos anos.

4 comentários:

  1. Pra mim, um dos maiores problemas que o cinema enfrenta hoje é a quantidade de dinheiro investida em filmes com grandes efeitos especiais, mas roteiros sem conteúdo e pouco trabalhados. Vivemos uma época em que filmes milionários são, tirando algumas raras exceções, considerados de baixa qualidade em se tratando de cinema de arte, visto que o restante fica em segundo plano. O público é subestimado pela grande indústria cinematográfica e nem sequer percebe. Tudo é um grande círculo vicioso, em que enquanto o publico emburrece, a indústria alimenta esse emburrecimento e o espaço para outro tipo de filme, mais pensado e trabalhado (sim, me refiro ao cinema de arte) parece não ter mais espaço no mercado. Creio que a minha juventude deve lutar para mudar isso que ocorre com tanta frequência. Sim, é verdade que tal impasse sempre existiu desde os primórdios do cinema, mas parece que, com todos os efeitos especiais e a tecnologia inventada nos últimos anos, isso piorou consideravelmente. Luto por um espaço igual para todos os tipos de cinema nas salas, mas para isso é preciso que a mentalidade do público também mude, e isso está totalmente vinculado com a educação do nosso país. Empolguei-me bastante, pois esse é um assunto que me interessa muito. Mas concordo completamente com você quando diz que se conseguíssemos juntar tecnologia com boas idéias iríamos muito, muito longe. Essa deve ser uma luta enfrentada por nós, jovens que trabalham com a sétima arte. Eu certamente abraço a causa!

    ResponderExcluir
  2. Realmente incrível. É mais um exemplo de como o modo de ver as coisas podem implicar na sua função. Quem diria que um drone seria usado pela arte, além de lançar mísseis e fazer entrega de encomendas.
    Sobre a Disney que o senhor mencionou no texto, seria extraordinário essa tecnologia empregada em alguma apresentação de Star Wars. Em Sparked, quando o protagonista controla as cúpulas com o movimento das mãos, logo imaginei algum mestre Jedih controlando algum outro objeto.

    ResponderExcluir
  3. Adoreeeei essa paisagem sonora, a iluminação, o jogo de câmera, a edição!! Achei muito bem feito! Como você mesmo diz professor, não há uma palavra falada nesse vídeo e mesmo assim ele consegue transmitir a mensagem! Há apenas algumas frases que complementam o que foi visto!

    Podemos fazer muito com tão pouco! Só precisamos estar atentos ao que se passa ao nosso redor!

    ResponderExcluir
  4. Muito interessante o fato de que a própria tecnologia de computação utilizada para efeitos especiais agora pode ser ainda mais crível quando transportada para objetos físicos, palpáveis. Essa é a verdadeira interatividade para mim, é o esfarelamento das barreiras entre a ilusão e a verdade. Evidente que para quem não entende nada da área, tudo é um grande show, mas os tecnólogos, programadores são os novos mestres ilusionistas, ou ainda, magos da contemporaneidade. Se o fato de ser tudo programado retirar a essência mágica dos truques, penso que esses adventos são apenas uma extensão da cartola do mágico, como pensaria McLuhan. Sparked é mais um exemplo da capacidade humana de expandir horizontes e encantar nós, mortais, com os mistérios da tecnologia.

    ResponderExcluir